Clarissa a Jovem Vênus – Parte 4

Passaram-se três semanas desde aquele “melhor dia da minha vida”. Clarissa e eu conversava todos os dias na escola. Ela recomendava músicas e vídeos no YouTube, auxiliava-me em tarefas e estudos para as provas, discutia comigo todos os episódios de séries e animes que assistia, enviava links de filmes pornôs de qualidade e deixava-me alucinado ao receber mensagens de safadezas e nudes no Whatsapp. Acabei de transar por telefone na semana passada. Ela me ensinava a desenhar, uma vez que, além de ser uma ótima camareira, era uma exímia desenhista. Conseguia me convencer de que Star Trek era muito melhor que Star Wars (o que, é claro, não conseguiu). Ela me emprestou todos os livros de Harry Potter, Senhor dos Anéis e Percy Jackson, além da varinha da Hermione que ela comprou na internet. Ela foi à minha casa quando fiquei gripado. Também fui à casa dela várias vezes, mas não tivemos relações sexuais. Apenas assistimos a alguns filmes. Minha deusa tinha todos os filmes do Universo Marvel em DVD, ela também me emprestava uns quadrinhos. Em troca disso tudo eu ensinei ela a fazer origamis, ajudei ela a comprar um celular novo, emprestei a senha da minha conta na Netflix, ensinei a ela como jogar dama-trilha, mandei um montão de memes engraçados e ensinei uns jutsus também. Putz! A gente era um casal de nerds adolescentes perfeito. Eu só ia ficando cada vez mais e mais apaixonado por aquela maravilha feminina. Agora eu não achava mais ela feinha, era linda, perfeita, a única que se encaixava perfeitamente em mim como a última peça que faltava no meu quebra-cabeça, mas a gente não demonstrava em público, só nós dois sabíamos obviamente, quem nos via achava que éramos apenas bons amigos, talvez a gente contasse pra todo mundo depois de um tempo. Admito que parei de falar mais com o Diego e o Paulo, mas não pude fazer nada, era melhor ficar com ela mesmo.

Nesta quinta-feira.

Após o término das aulas, discutimos sobre Game of Thrones. A escola ficava localizada próxima às nossas residências, mas era possível conversar um pouco no caminho.

– Você pretende fazer alguma coisa nesse fim de semana? Ela questionou-me.

Ela aparentava estar entusiasmada, como se tivesse uma boa notícia para me contar.

– Não há nada de extraordinário.

– Acho que vai dar certo. Você conhece Beatriz?

– Sei. – Uma das amigas dela, a que sempre andava com a Marina.

– Ela vai passar o Sábado e o Domingo na casa dos tios que moram numa fazenda aqui perto, ela convidou a Marina e eu pra irmos com ela, eu perguntei se dava pra chamar você e é isso que eu tô fazendo agora. Você quer ir?

Um convite pra passar o final de semana numa fazenda? Isso era inusitado pra mim.

– Bom, eu não sei.

– Ah, vai ser legal. É uma fazenda grande, tem piscina e um rio na propriedade. Você vai me ver de biquíni lá. – Ela sorriu bem safada.

– Aí você me complica. – Eu ri. – Seus pais vão também?

– Não, só eu.

– Quem tanto vai pra essa fazenda?

– Só eu, a Marina, Bia, você, se você aceitar, e os tios dela que moram lá. Só nós.

– Bom, parece interessante, mas isso aí depende da minha mãe.

– Mas você acha que ela deixa?

– É, acho que sim.

– Então tá. Tchau.

Nos despedimos e cada um foi pro seu lado.

Chegando em casa fui logo falar com minha mãe, falei do meu convite pra ir a uma fazenda na zona rural, expliquei que lá não haveria nenhuma onça que poderia me matar, que ia com a Clarissa e suas amigas e tentei convencê-la de que não precisava se preocupar comigo.

– Não, não.

Ela não queria que eu fosse, achava que poderia acontecer algo ruim. Minha mãe sempre foi bastante corajosa. Todas as viagens que fiz em minha vida foram em sua companhia. Se eu ficasse muito tempo fora de casa, ela começava a se preocupar comigo, mesmo que eu estivesse na casa dela.

Na casa de um amigo, na esquina, costumava bater no meu pé.

– Mas mãe, mãe! Vou-me…

– Não, não. Você, Daniel!

Após o almoço, chegamos a uma discussão. Utilizei a minha persuasão o máximo possível, mas ela não mudava de ideia e continuava dizendo que não.

Finalmente, meu pai chegou ao trabalho e, como se fosse um enviado dos céus, conseguiu convencer minha mãe a me permitir aproveitar o final de semana.

Valeu pai! Tu é o cara!

Na sexta-feira terminei de combinar tudo com a Clarissa e a Beatriz. Tava tudo certo. Um carro ia passar na porta de casa e me levar pra a fazenda, era relativamente perto, uns 15 minutinhos de estrada.

No sábado de manhã mãe tratou de cuidar da minha mala. Colocou lá um casaco, guarda-chuva, um cobertor grosso, travesseiro, dezenas de roupas limpas, meias, cuecas, óculos escuros, protetor solar, hidratante para a pele e tudo mais que ela conseguia encontrar pela frente. Não sei como ela não tentou colocar todo o guarda-roupa e a geladeira lá dentro.

20 mil toneladas.

Esse era o peso aproximado da mala. Estava tão entupida que o zíper não podia ser fechado.

– Mas pra quê tanta coisa mãe? – Gritei.

Mais uma vez fui salvo pelo meu velho.

– Por que você colocou isso tudo na mala do menino mulher? – Questionou. – Ele só vai passar um fim de semana lá, não é o resto do mês. Deixa ele arrumar a mala dele sozinho.

Foi difícil, bastante difícil, mas, depois de um princípio de bate-boca, conseguimos acalmar a fera. Minha mãe era muito protetora e eu já estava meio acostumado com isso, mas assim já era demais. Tirei todo o amontoado de bagagem e coloquei apenas o essencial, cuidei pra colocar umas camisinhas também, vai que… né?

O carro chegou às 9 horas.

– Calma, vai dar tudo certo. – Acalmei minha mãe que ainda estava um pouco indignada comigo.

Me despedi dela e do meu pai, coloquei a mala, agora mais leve, no porta-malas, entrei no carro e fomos embora.

A caminho da fazenda passamos por muitas casinhas próximas à estrada, plantações de milho, sítios, um rebanho de gado e outras fazendas. As chuvas que caíram na outra semana deixaram tudo bem verde e com um ar mais natural, tinha árvores, arbustos e mato de todas as formas e tamanhos depois do acostamento. Ver a natureza assim de pertinho me deixou mais… relaxado, tranquilo, me fazia bem.

No carro estávamos eu, Clarissa e Beatriz sentados atrás. Na frente estavam a Marina e o motorista, eu não sabia quem era, talvez o irmão de uma das meninas, acho que da Marina pois ele possuía uma pequena semelhança com ela.

Fiquei calado grande parte da viagem e o cara também, as meninas é que falavam bobagens umas com as outras constantemente, coisa de mulher. A Clarissa parecia extremamente feliz e solta, tinha um sorriso perfeito estampado no rosto e os olhinhos verdes brilhavam.

Não pude deixar de notar a Beatriz, ela estava sentada, assim como eu, junto à janela, a minha musa entre nós, mas dava pra dar umas olhadinhas nela. Beatriz era uma menina ruiva muito bonita, tinha minha idade, pele branca, pernas grossas, tinha um corpo mais gostoso que o da Clarissa e os peitos eram maiores também. Estava usando um short branco curto, uma camisa verde e o cabelo preso. Estava dando umas fitadas de canto de olho, mas acabei sendo percebido por ela, então achei melhor parar e seguir viagem olhando pela janela. A minha deusa também estava usando uma roupa bastante atraente. Aquele shortinho rosa que me trouxe recordações de imediato, uma blusa preta decotada e os longos cabelos castanhos soltos. A Marina era a mais comportada, usava calça e um casaco vermelho, não dava pra ver muita coisa já que estava sentada no banco da frente.

– Você quer ler? – Minha namorada me mostrou uma HQ do Batman.

– Hum, quero. – Peguei a revista e comecei a ler. Uma forma de fazer o tempo passar mais rápido.

O carro adentrou em uma estrada de terra que havia depois de uma ponte na BR. Cercas de arame farpado dos dois lados do percurso e muito mato, arbustos e árvores.

Finalmente chegamos à tal fazenda.

Era uma propriedade grande, cheia de plantas e árvores frondosas por todos os lados. A casa também era enorme. Pintada de laranja, portas brancas e um alpendre na parte da frente. Havia muitas árvores ao redor cheias de frutas coloridas.

Descemos do carro e pegamos as nossas coisas. Marina foi falar alguma coisa com o motorista já a Beatriz desceu do carro e foi abraçar um casal que apareceu na porta do casarão. Eram seus tios. Um casal de meia idade comum.

O veículo partiu e ficamos ali na frente da casa. A Clarissa e a Marina também abraçaram o casal, acho que elas já haviam vindo aqui várias vezes, então já se conheciam muito bem.

– E você rapaz? Nunca vi você antes. – O senhor veio até mim e apertou firme minha mão.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa a Beatriz disse:

– É o Daniel, amigo da Clarissa.

– Ah, bem-vindo Daniel. – Falou a mulher com um largo sorriso no rosto.

Feitas as apresentações nós entramos e fomos indicados aos nossos quartos. Eram três ao todo, a ruiva e minha deusa ficaram no segundo e eu fiquei no último com a Marina. Era bem grande, como o resto da casa, tinha um guarda-roupa amarelo muito grande, a janela do lugar também era imensa e uma cama de casal pra, no mínimo, 6 pessoas. Tudo era estranhamente grande ali.

Mais peraí!

Uma cama de casal pra eu e a Marina? Como assim? Íamos ter que dormir juntos?

Pus a mala em um canto e perguntei:

– Vamo ter que dormir junto?

– Ah, é. Por quê? – E sorriu pra mim. – Não se preocupa, eu não mordo.

Fiquei meio rosado de vergonha naquele momento.

Marina era bonita também. Tinha longos cabelos pretos e encaracolados, pele branquinha, um corpão e uma bunda muito gostosa. Certamente uma tentação pra mim.

– Posso me trocar na sua frente? – Ela perguntou enquanto fechava a porta.

– O q… – Não tive tempo de concluir minha fala, a menina simplesmente se despiu ficando apenas de calcinha e sutiã na minha frente, trocou de roupa e saiu do quarto em seguida me deixando ali sem entender nada.

Bom, depois de voltar a mim mesmo eu troquei de roupa também, algo mais casual e leve, aproveitei pra ficar sem cueca, dar uma arejada nas bolas sabe?

“Ah, ninguém vai perceber nada”, pensei.

Os tios da Beatriz eram muito acolhedores, nos receberam muito bem e até deram fatias de um bolo de milho delicioso.

– Gostou? – Perguntou a mulher enquanto eu engolia uma fatia inteira do bolo. – Eu mesma fiz.

– Muito bom. – E confirmei com o polegar.

Depois do bolo nós 5 fomos pro rio que havia lá no final da fazenda próximo a um morro. As águas eram azuis, cristalinas, dava pra ver as pedras e alguns peixes passeando lá em baixo. Andamos um pouco até chegar em uma cachoeira no meio da mata. A água caía de uma altura de mais ou menos 10 metros. Muito gelada. As meninas tiraram centenas de fotos e não pararam de mergulhar nas águas translúcidas, eu não, fiquei em cima de uma pedra grande à margem do rio com o casal simpático conversando, eu admito que não dei muito ouvidos para o que eles estavam falando, estava ocupado observando os biquínis da deusa e suas amigas, tive que cruzar as pernas para que não notassem o meu… bom, você sabe. É claro que eu aproveitei para tirar umas fotinhas delas também, não podia perder uma oportunidade como aquela.

Depois de umas 2 horas de cachoeira nós voltamos para o casarão e almoçamos um banquete de todo tipo de comida. Acho que ganhei uns 10 quilos com tudo aquilo. Assistimos televisão, já que não tinha wi-fi lá, trepamos… nos pés de manga e goiaba que tinham na propriedade e comemos o máximo que podíamos aguentar. Comemos também jaca, melancia, mamão, milho… puta que pariu! Eu comi tanto que mal conseguia andar pela casa, tive que me sentar numa cadeira debaixo do alpendre da casa pra tirar uma soneca.

Acordei com o pôr do sol e fui comer mais, depois eu assisti mais televisão, comi de novo e lá pelas 9 horas já não estava me aguentando mais de sono e fui dormir. Precisei apenas encostar a cabeça no travesseiro para adormecer imediatamente.

Fui acordado pelo barulho da porta do quarto sendo fechada. Já devia ser meia-noite. Eu tava virado pro lado contrário à porta, o quarto tava escuro e a minha cabeça enfiada por debaixo do cobertor, então não pude ver quem era, mas com certeza era a Marina, ela que ia dormir comigo. Ela fechou a porta, veio até a cama na ponta dos pés e se deitou comigo. Eu nem liguei e tentei voltar a dormir.

Ela se deitou bem perto de mim, agarradinha mesmo, quase de conchinha, eu estava na beirada da cama e sentia a respiração dela na minha nuca. Passou-se alguns minutos e ela não parava de se mexer, era como se tivesse sido acometida por uma insônia terrível.

“Por que ela se deitou tão perto? Tem tanto espaço na cama”, eu pensei enquanto ela dava mais uma mexida brusca.

– Daniel? Você tá acordado? – Ela sussurrou ao meu ouvido.

Eu me virei pra ela e falei:

– Agora não tô mais.

– Psiu! Faz silêncio, os outros já tão dormindo.

– Tá. Desculpa. – Cochichei.

Tava bastante escuro no quarto, uma luz fraca vinda da lua cheia passava pela fresta da janela, mas não iluminava quase nada, só dava pra ver os contornos do rosto dela.

– Daniel eu não consigo dormir, você pode me ajudar? – Falou baixinho.

Me virei para o vulto da Marina.

– Ajuda? Como assim?

– É que eu preciso de uma coisinha pra conseguir dormir.

Apesar do escuro eu pude notar um sorriso vindo da minha companheira de cama, um sorriso malicioso. Senti a mão dela escorregar para uma parte do meu corpo.

– Ou!

– Psiu! Cala a boca!

Eu estava sendo bolinado na cara dura no meio da noite por uma amiga da minha namorada. Era um sonho?

– O que você tá querendo? – Perguntei baixinho.

Marina pegou a minha mão e a colocou em cima do seu peito. Ela tava pelada!

– Você sabe o que eu quero. – E pressionou minha mão contra o seu peito.

Ah sim… sim, eu sabia o que ela tava querendo.